António Tadeia é jornalista, comentador de futebol e cronista. Numa entrevista directa, sem qualquer tipo de rodeios caracterizou a sua actividade e fez um diagnostico ao futebol português da actualidade.
1.É jornalista, comentador de futebol e cronista no jornal O Jogo assim como no Diário de Notícias. O que o fez enveredar pela área da Comunicação Social? António Tadeia: Sou jornalista em primeiro lugar, director-adjunto de “O Jogo” e comentador da RTP depois. Vim para a comunicação social porque desde cedo quis comunicar com os outros, partilhar conhecimentos e, porque não, influenciar com a minha opinião o que pensam os outros. Há algo de evangelização na tarefa.
2.Há alguma paixão pelo futebol que o fez trabalhar para um mundo entre quatro linhas? António Tadeia: Absolutamente. Vivo a ver, a ler e a escrever sobre futebol desde que me lembro.
3. António Tadeia para além de cronista é também director-adjunto no jornal O Jogo. Exerce mais alguma actividade no jornal e fora do mesmo?
António Tadeia: É ao contrário. A minha actividade principal é a direcção da redacção de Lisboa de O Jogo. A crónica e a opinião são inerentes ao cargo. Fora do jornal, em termos profissionais, faço comentários de futebol na RTP.
4. O que o fez tornar um cronista assíduo no jornal O Jogo?
António Tadeia: Em 2006 tomei a decisão de deixar a chefia de redacção do “Correio da Manhã”, onde estava na sequência do meu trabalho no Record e na Record Dez, para me tornar “free-lancer”. Queria escrever mais e mandar menos. Foi bom e durou até 2009, quando de O Jogo, onde estava como colunista, me convenceram a aceitar um lugar na direcção.
5. O que pretende com o seu lado critico?
António Tadeia: Todos os opinadores querem mudar a percepção do Mundo que os outros têm. Quem tem uma opinião acha que sabe o melhor caminho e tenta convencer os outros disso. E nunca fui um opinador dos que acham que está tudo bem, que se colam ao sucesso para ficarem confortáveis com toda a gente.
6. Qual a mensagem que pretende transmitir aos seus leitores?
António Tadeia: Não há UMA mensagem. Há a tentativa de ser sério, rigoroso e justo, porque disso não abdico nunca.
7.“Poeta do quotidiano, como alguém chamou ao cronista dos nossos dias, apresenta um discurso que se move entre a reportagem e a literatura, entre o oral e o literário, entre a narração impessoal dos acontecimentos e a força da imaginação. Diálogo e monólogo; diálogo com o leitor, monólogo com o sujeito da enunciação. A subjectividade percorre todo o discurso”. Sente-se um artista?
António Tadeia: Não. Caramba!
8. A crónica é uma forma de arte?
António Tadeia: A crónica pode ser literatura e, portanto, arte. Mas eu faço menos crónica e mais opinião e análise.
9. Na sua opinião qual a importância da crónica na sociedade portuguesa?
António Tadeia: Temos excelentes cronistas em todas as áreas da sociedade, mas que infelizmente não são tão lidos como deviam.
10. É algo que enriqueci o jornal, ou a revista? Porque razão?
António Tadeia: A crónica enriquece porque nos apresenta as coisas de um ponto de vista diferente, muitas vezes pessoal, mas com ligação ao geral. E quando alguém partilha connosco as suas experiências está a tornar-nos mais ricos.
11. No blog “Voando à deriva” de João Martinho ele refere num artigo denominado “antónio tadeia, paul-céptico” que o António é “ conhecido pelo seu prolífico trabalho na área do comportamento animal e, menos um bocado, pelo trabalho como comentador de futebol”. Tem alguma explicação para tal afirmação?
António Tadeia: Não. E creio que o autor da frase também não a terá.
12. Há quem o caracterize também como o “comentador sem vergonha”. É um comentário que o enaltece ou entristece? Porquê?
António Tadeia: Entristece-me. E só não me envergonha (sim, tenho vergonha) porque não sei quem me caracteriza assim.
13. Em muitas análises que são feitas os comentadores perderam, tal como os árbitros, a vergonha?
António Tadeia: Sou incapaz de reconhecer a unicidade da classe dos comentadores. Há os mais envergonhados e os menos envergonhados.
14. O mundo do comentário já lhe trouxe inimigos?
António Tadeia: Aparentemente, a julgar pelo que me pergunta, parece que sim.
15. Como se lida com olhares invejosos à nossa volta?
António Tadeia: Nunca dei por eles.
16. Há competitividade no mundo da crónica? Sente ou alguma vez já sentiu isso?
António Tadeia: Haverá certamente. Mas nunca a senti, porque a crónica nunca foi a minha actividade principal. Desde 1989 que sou jornalista de redacção.
17. No seu olhai mais crítico, que diagnostico faz do futebol português?
António Tadeia: Os grandes problemas do futebol português são a inexistência de mercado interno e a injustiça na distribuição da receita. Os grandes recebem muito mais do que os pequenos e assim não se estimula a competitividade. Como a globalização leva a que os grandes se apetrechem cada vez mais no estrangeiro (e não nos pequenos), o dinheiro não circula. O resultado é a diminuição de qualidade da competição interna.
18. Se pudesse, que medidas tomaria para as consegui um futebol espectáculo a um nível mas elevado?
António Tadeia: Está tudo no dinheiro. Melhor distribuição da receita e responsabilização de quem manda.
19. É um crítico em torno do que se passa a sua volta? António Tadeia: Sempre. A crítica é indispensável ao progresso.
1.É jornalista, comentador de futebol e cronista no jornal O Jogo assim como no Diário de Notícias. O que o fez enveredar pela área da Comunicação Social?
2.Há alguma paixão pelo futebol que o fez trabalhar para um mundo entre quatro linhas?
3. António Tadeia para além de cronista é também director-adjunto no jornal O Jogo. Exerce mais alguma actividade no jornal e fora do mesmo?
António Tadeia: É ao contrário. A minha actividade principal é a direcção da redacção de Lisboa de O Jogo. A crónica e a opinião são inerentes ao cargo. Fora do jornal, em termos profissionais, faço comentários de futebol na RTP.
António Tadeia: Em 2006 tomei a decisão de deixar a chefia de redacção do “Correio da Manhã”, onde estava na sequência do meu trabalho no Record e na Record Dez, para me tornar “free-lancer”. Queria escrever mais e mandar menos. Foi bom e durou até 2009, quando de O Jogo, onde estava como colunista, me convenceram a aceitar um lugar na direcção.
5. O que pretende com o seu lado critico?
António Tadeia: Todos os opinadores querem mudar a percepção do Mundo que os outros têm. Quem tem uma opinião acha que sabe o melhor caminho e tenta convencer os outros disso. E nunca fui um opinador dos que acham que está tudo bem, que se colam ao sucesso para ficarem confortáveis com toda a gente.
6. Qual a mensagem que pretende transmitir aos seus leitores?
António Tadeia: Não há UMA mensagem. Há a tentativa de ser sério, rigoroso e justo, porque disso não abdico nunca.
7.“Poeta do quotidiano, como alguém chamou ao cronista dos nossos dias, apresenta um discurso que se move entre a reportagem e a literatura, entre o oral e o literário, entre a narração impessoal dos acontecimentos e a força da imaginação. Diálogo e monólogo; diálogo com o leitor, monólogo com o sujeito da enunciação. A subjectividade percorre todo o discurso”. Sente-se um artista?
António Tadeia: Não. Caramba!
8. A crónica é uma forma de arte?
António Tadeia: A crónica pode ser literatura e, portanto, arte. Mas eu faço menos crónica e mais opinião e análise.
9. Na sua opinião qual a importância da crónica na sociedade portuguesa?
António Tadeia: Temos excelentes cronistas em todas as áreas da sociedade, mas que infelizmente não são tão lidos como deviam.
10. É algo que enriqueci o jornal, ou a revista? Porque razão?
António Tadeia: A crónica enriquece porque nos apresenta as coisas de um ponto de vista diferente, muitas vezes pessoal, mas com ligação ao geral. E quando alguém partilha connosco as suas experiências está a tornar-nos mais ricos.
11. No blog “Voando à deriva” de João Martinho ele refere num artigo denominado “antónio tadeia, paul-céptico” que o António é “ conhecido pelo seu prolífico trabalho na área do comportamento animal e, menos um bocado, pelo trabalho como comentador de futebol”. Tem alguma explicação para tal afirmação?
António Tadeia: Não. E creio que o autor da frase também não a terá.
12. Há quem o caracterize também como o “comentador sem vergonha”. É um comentário que o enaltece ou entristece? Porquê?
António Tadeia: Entristece-me. E só não me envergonha (sim, tenho vergonha) porque não sei quem me caracteriza assim.
13. Em muitas análises que são feitas os comentadores perderam, tal como os árbitros, a vergonha?
António Tadeia: Sou incapaz de reconhecer a unicidade da classe dos comentadores. Há os mais envergonhados e os menos envergonhados.
14. O mundo do comentário já lhe trouxe inimigos?
António Tadeia: Aparentemente, a julgar pelo que me pergunta, parece que sim.
15. Como se lida com olhares invejosos à nossa volta?
António Tadeia: Nunca dei por eles.
16. Há competitividade no mundo da crónica? Sente ou alguma vez já sentiu isso?
António Tadeia: Haverá certamente. Mas nunca a senti, porque a crónica nunca foi a minha actividade principal. Desde 1989 que sou jornalista de redacção.
17. No seu olhai mais crítico, que diagnostico faz do futebol português?
António Tadeia: Os grandes problemas do futebol português são a inexistência de mercado interno e a injustiça na distribuição da receita. Os grandes recebem muito mais do que os pequenos e assim não se estimula a competitividade. Como a globalização leva a que os grandes se apetrechem cada vez mais no estrangeiro (e não nos pequenos), o dinheiro não circula. O resultado é a diminuição de qualidade da competição interna.
18. Se pudesse, que medidas tomaria para as consegui um futebol espectáculo a um nível mas elevado?
António Tadeia: Está tudo no dinheiro. Melhor distribuição da receita e responsabilização de quem manda.
19. É um crítico em torno do que se passa a sua volta?
03.09.2010
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